domingo, 21 de fevereiro de 2010

Amores platônicos.

"Eu acho tão bonito isso de ser abstrato, baby, a beleza é mesmo tão fugaz... É uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer. Pode até parecer fraqueza, pois que seja fraqueza então... A alegria que me dá e isso vai sem eu dizer... Se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer, o que eu ganho, o que eu perco, ninguém precisa saber... Eu gosto tanto de você que até prefiro esconder, deixo assim ficar, subentendido...".

Que linda música e linda voz, né? Essa é em homenagem aos meus amores platônicos do passado e de como sinto falta de gostar platonicamente de pessoas. Foram poucas as paixões platônicas, mais precisamente, apenas duas, que duraram tanto e marcaram de verdade. Pessoas que, de vez em quando, vinham à minha mente. Cada vez penso menos nelas... Como pode nós chorarmos, sentirmos tanto afeto por um ser humano e, posteriormente, talvez com alguns meses ou anos, não sentirmos nada?; continuarmos admirando e, em algum momento raro, pensando sobre, mas é alguém que não consegue mais nos atingir com ciúmes ou coisas do tipo. Chega a ser engraçado, né?

As paixões platônicas são fruto de uma cabeça geralmente pura e um pouco ingênua. Quem consegue amar, se apaixonar ou simplesmente gostar platonicamente, está em um grau de sensibilidade admirável. Vejam só, os amores platônicos nada mais são que alguém conseguir se apaixonar por outra criatura sem ao menos ter um contato muito direto com a pessoa. Às vezes, até há, mas é aquele raro, bem subentendido mesmo. Então é uma dedicação sem qualquer egoísmo ou pretensão. Não é algo para se admirar?

O meu primeiro amor platônico me revelou muita coisa sobre a minha própria vida. Era uma coisa bem gostosa mesmo, bem bobinha, de uma ingenuidade de menina e, quem diria, ajudou a me ensinar a ser uma mulher. Eu não tinha tanto contato pessoal, conversávamos mais pela Internet, mas era um amor bem impossível, mas fofo, diga-se de passagem, muito fofo. O segundo consequentemente me fez conhecer muitas pessoas incríveis que até hoje são minhas amigas. E o, hoje, ex-amor platônico também.

Amar platonicamente é infantil, confesso, mas é tão bom. Sente-se alegrias com coisas tão pequenas, e esse é o fundamento da vida: conseguir obter felicidade em peculiaridades. Mesmo não podendo escolher algum sentimento, eu não me arrependo nem um pouco dos meus amores platônicos. Eles eram algumas das coisas mais saudáveis que eu já senti.
Sinto falta de amar platonicamente. Talvez a vida real não seja tão admirável assim, mas já estava na hora de enfrentar a realidade.

Tudo bem, ela é bem mais interessante, mas bem mais complicada. Apesar de hoje sentir meu coração tranquilo, ao ouvir essa música, relembrei dessas particularidades da minha vida.

E um "Viva!" aos amores platônicos e a todos aqueles que ainda possuem a capacidade de amar, platonicamente ou não.