terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Minha primeira viagem para a Europa - Parte I

Lembro que quando era criança eu pouco viajava... no máximo a Salinas. Sempre dizia: "nunca saí do Pará". Até me orgulhava disso, de certa forma... Achava que era uma valorização do meu estado isso (risos). Mas quando você sai do seu estado é que você começa de verdade a dar valor. Depois que me mudei para Campina Grande, na Paraíba, para estudar jornalismo, eu percebi mais ainda o quanto amava Belém e o quanto sentia falta da cidade. Eu já viajava de vez em quando, principalmente porque minha irmã morava em São Paulo, minha madrinha passou um tempo no Rio... Enfim, de vez em quando eu me aventurava por aí - e era muito bom. Depois dessa mudança, passei a viajar mais ainda, e percebi que cada lugar tem sua beleza  - e minha cidade também.

Neste ano, surgiu a oportunidade de viajar para o exterior. A primeira viagem. Nem passaporte eu tinha. Depois das conexões que as empresas aéreas que atuam em Campina Grande (por que dizer isso no plural? rs) bem sofridas me fazem passar, já não era um monstro de 7 cabeças andar de avião por muitas horas. Afinal, já cheguei a fazer 18 horas (16 de avião e duas de ônibus), apenas em conexões com o objetivo de chegar à minha cidade, Belém - PA. Mas eu sempre descia de um e ia pra outro. Dava ao menos pra esticar as pernas, né? hehehe. Mas com essa viagem de 12 horas seguidas, confesso que fiquei com um pouco de medo, mas graças a Deus deu tudo certo - quer dizer, mais ou menos. (risos)

Eu tenho um espirito altamente aventureiro, e se tem uma coisa que eu amo é viajar! Conhecer novos lugares, culturas, comidas... hum... comidas! Tem coisa melhor? Gosto mesmo! Adoro passear... e topo coisas que até Deus duvida! hehehe (peraí, nem tanto também, rs).

Pra viajar para a Europa, dependendo dos países, se estiver no acordo Schengen, você (caso seja brasileiro) não precisa de visto, podendo entrar apenas com o passaporte... er, bem, não somente com o passaporte. É necessário também ter uma quantia em dinheiro (é o que eles dizem) suficiente para se manter no local, comprovantes de passagens de ida e volta, além de hospedagem (ou carta-convite caso fique na casa de alguém), seguro-saúde a partir de 30 mil, etc. (Clique aqui caso queira saber mais detalhes).

A verdade é que muita coisa serve para amedrontar. Eu fiquei com medo por saber que entraria pela Espanha, que dizem ter uma implicância muito grande com brasileiros, mas soube que fazendo conexão em outro país da europa continental antes, como era o caso tanto de Amsterdam, quanto de Paris, você faz a imigração nele, e o próximo voo acaba sendo como "doméstico" (sem necessidade de nova imigração).

No aeroporto

Já no aeroporto você percebe a diferença entre fazer uma viagem internacional, e uma doméstica. Fui pelo aeroporto de Guarulhos/São Paulo, e logo que você entra é preciso mostrar o passaporte. Ah, quando você vai fazer o check-in, a moça já pergunta se você tem líquidos (não é permitodo levar como bagagem de mão mais de 100ml), como perfume, soro, etc. Por isso, não pude levar meu pobre malbec que tanto amo. Snif...

Lá dentro, a vigilância é maior. Você precisa tirar notebook, celulares, etc. Muitas vezes partes da roupa, como cinto e botas. Além de acessórios como brincos, relógios, e por aí vai... Ou seja, prepare-se para o striptease (ui!). hehehe Lá dentro já tem as lojas Duty Free, em que há preços bons comparados ao Brasil, de produtos sendo vendidos em dólar... Por lá você se sente quase fora do Brasil, porque você vai pedir informação e cada criatura fala uma língua diferente... Essa parte é um pouco complicada. Por isso é melhor chegar com antecedência pra ver tudo com calma que vai dar tudo certo.

No avião

Como o meu foi pela aifrance, você entra e já estão falando com você em francês. O avião é enorme, tem 3 lugares no meio, e 3 em cada ponta (quem nunca viajou para o exterior já deve ter visto esse tipo em filmes/seriados). Ah, também tem a área "vip", com poltronas e tudo mais. O entretenimento e as comidas não tem nem comparação. Na sua frente, fica uma telinha touch screen em que há filmes, seriados, jogos (com direito ao controle de videogame, mas todos em inglês ou francês, o que dificulta a life), músicas, clipes, mapas, etc. Muito legal mesmo!!! Eles te dão um fone de ouvido bem maneirinho, além de lençol, travesseiro, e tapa olhos pra dormir.

Assisti a um episódio de Friends, depois Desperate Housewives, Two and a half men, e resolvi até começar a assistir How I Met Your Mother. Depois comecei a assistir a um filme chamando To Rome With Love. Legalzinho, mas não cheguei a terminar - fui tentar dormir. A parte ruim é que, se você não saca absolutamente nada de inglês, a telinha de entretenimento que seria uma mão na roda, pode não ser tão bacana assim, porque nada tem legenda. Mas dá pra ver os clips e as musiquinhas. :)

Pelo horário, nos foi servido um jantar (com direito a escolher qual das comidas eu queria, se seria um tipo de macarronada e uma carne lá... eu escolhi o macarrão). Além de todo tipo de bebida, inclusive vinhos (mas as bebidas alcoólicas eu não tenho certeza se são pagas, mas todas as outras eu sei que não). Depois servem café da manhã e no cardápio constava até sorvete (mas não serviram na minha vez, snif... rs). Nossa, enquanto na Gol e na Tam, se você for depender deles você passa fome, na Airfrance, para voos desse tipo, você sai de lá não querendo mais olhar pra comida... sério.

Em Paris

Nossa, é muito complicado! O voo de início seria por Amsterdam, e pela KLM, mas segundo informações que me deram em GRU, este voo foi cancelado porque de Amsterdam para Madrid não estava sendo possível a realização de voos, parece que era relacionado à neve. Então nos colocaram no voo da Aifrance, por Paris. Infelizmente o voo atrasou muito, e nosso voo para Madrid sairia às 12h30, e 12h10 ainda estávamos dentro do avião. Ou seja, impossível. Como muita gente não é do Brasil, é complicado pedir informação para os passageiros porque muitos não falam nem mesmo inglês.

Ficamos em uma fila bem grandinha da imigração, mas comecei a bater papo com uma britânica que estava nervosa pois também iria no mesmo voo que a gente, segundo ela, e a deixaram passar na frente da imigração, e ela nos puxou para irmos com ela. Conclusão: todo o medo de não entrarmos, documentos que levamos etc, não serviram para nada nesse quesito, pois apenas olharam rápido o passaporte e carimbaram pela pressa de pegarmos o outro voo, que foi em vão. Até encontrarmos o nosso portão (o aeroporto de Paris é gigantesco), já tínhamos perdido o voo.

Fui com a atendente e conversei com ela em inglês explicando a situação, e ela reconheceu o erro da aifrance e pediu desculpas, nos relocou para outro voo que seria 2h depois, e ainda nos deu um ticket de alimentação com direito a lanche, sobremesa e bebida de graça em todo o aeroporto. Ah, e temos direito a 15 minutos de internet gratuita, com o meu e o da minha mãe, me deu meia hora, o que foi suficiente pra conseguir entrar em contato com a minha irmã que ia me esperar no aeroporto de Madrid na hora marcada, para avisar que chegaríamos mais tarde. Depois disso, pegamos o avião, que deu uma pane lá antes de sair, mas no final deu tudo certo.

Em outra postagem escreverei sobre a experiência em Madrid. Mas fica aqui registrada a minha primeira impressão sobre viajar para o exterior. Muita adrenalina. Ah, não entrei nos detalhes dos micos, da perda da jaqueta da mamãe na correria no aeroporto de Paris; na tentativa de me comunicar com uns franceses pra saber se nosso voo já havia partido; do celular da minha mãe que começou a tocar forró do nada enquanto passávamos para a sala de embarque... hehehe Sempre tem que ter... Mas no fim, c'est la vie. E vamos continuando com as aventuras! :)